28 de abr. de 2010

Greve: Era possível derrotar o governo

Diante de tantos ataques à nossa categoria e do ódio da maioria dos professores ao governo estadual, havia condições de fazermos uma greve forte em todo o estado e começar a derrotar esta política anti-educacional perpetrada por Serra/Paulo Renato e respaldada pelas medidas idênticas adotadas pelo governo federal Lula/Haddad contra os professores e a escola pública.
A pergunta que fica é porque não foi assim?
Nossa greve desde o início, apesar da disposição de luta de boa parcela da categoria, expressa nas ações de rua com muitos milhares de professores, principalmente na Paulista, foi parcial na Grande São Paulo e não atingiu todas as regiões do interior. Primeiramente porque, apesar de ter sido votada no final de 2009 na Conferência Educacional, não houve uma política de preparação da greve pela direção majoritária – arsind/artnova/CUT e CTB – que limitou-se aos anúncios formais pela imprensa, o que não ajudou a superar as desigualdades na categoria; um setor importante tinha receio de entrar em greve e acabou não entrando por achar que o governo era mais forte que o nosso movimento.
O segundo elemento foi a política deliberada de não denunciar o governo Lula/Haddad e sua política educacional – idêntica ou igual a de Serra/Paulo Renato – e fazer uma greve, na prática, apenas para desgastar e denunciar o governo estadual do PSDB. Para que fique claro; não somos contrários a denúncia e desgaste de um governo que há dezesseis anos destroi a escola pública no estado, mas não denunciar o governo federal abriu espaço para que a mídia tucana no estado e o próprio governo fizessem uma campanha contra nossa greve taxando-a como eleitoral, o que aumentou os temores dos setores de não aderiram ao movimento num primeiro momento e ficaram de fora da greve.
Por último, e não menos importante, o dever de uma direção sindical é dizer a verdade a categoria, os professores tiveram dois inimigos na greve: os governos Lula/Haddad e Serra/Paulo Renato e suas políticas educacionais. O governo federal respaldou e fortaleceu a truculência do governo estadual ao adotar as mesmas medidas contra os professores e o funcionalismo – e a direção majoritária, por ser vinculada à ele, escondeu isso da categoria.
O grande desafio para os professores e todos os trabalhadores brasileiros, no próximo período, para levarem adiante suas lutas rumo à vitória é construir uma direção independente de governos e pa patrões, comprometida com as nossas reivindicações; um passo importante nesse sentido é o Conclat – Congresso de Trabalhadores para unificar Conlutas e Intersindical - construindo assim uma central de trabalhadores e movimentos populares para unificar nossas lutas e levá-las à vitória.
Fonte: Informatico Oposição Alternativa APEOESP Abril/Maio - 2010.

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